Diário - Nicarágua

Cerro Negro, a adrenalina no topo do vulcão

Setembro 2, 2016

Léon encontra-se na cordilheira de Marrabios, paralela à costa do Pacífico, incluindo dez vulcões, alguns deles activos. O noroeste da Nicarágua é considerada a região mais vulcânica de toda a América Central. Aqui encontra-se o Cerro Negro, um jovem vulcão, nascido em 1850, com a sua última erupção em 1999, é um dos mais activos vulcões da Nicarágua. E para além disso, o único vulcão do mundo onde é possível deslizar nas  cinzas vulcânicas a velocidades alucinantes.

Depois de conhecer León, o dia começava no Sonati com o Gabriel, um jovem viajante americano que viaja pela Nicarágua, também ele com algumas experiências no Workaway. Iniciávamos o dia com a adrenalina já a correr nas artérias para a grande dia de aventura que nos esperava. Num jipe 4X4 com mais viajantes e turistas seguimos pelos trilhos montanhosos até ao Cerro Negro. A vegetação verde alinhada nos caminhos de terra, onde  os porcos e as galinhas caminhavam livremente pelas terras. A floresta verde esmeralda dissolvia-se e o vulcão negro ascendia da terra contrastando com toda a paisagem.

A caminho do vulcão Cerro Negro

A caminho do vulcão Cerro Negro

A caminhada seria menos de uma hora numa inclinação íngreme. E depois estaríamos prontos para a adrenalina descer o vulcão. No topo do vulcão na cinza sulfurosa quente havia algumas pequenas fumarolas. Do topo do vulcão a paisagem era ainda mais terrificante, a lava negra petrificada desenhava um leito de lava no meio da floresta. Não havia aldeias nos arredores, no horizonte avistava-se a perfilada cordilheira vulcânica com os vulcões Cosiguina, San Cristóbal e Telica e poderia-se ver o oceano Pacífico se as nuvens não encobrissem as águas.

Do topo do vulcão admirando a paisagem

Do topo do vulcão admirando a paisagem

Estávamos prontos. O Cerro Negro é o único vulcão do mundo onde se pode descer num acto de loucura numa prancha. Henry, o guia da expedição, acompanhava-nos com a excitação dos nossos rostos receosos. Do topo do vulcão estaríamos prontos para descer 725 metros de pura adrenalina. Esta não seria tanta como a de Eric Barone, que desceu em bicicleta o vulcão, atingindo uma velocidade máxima de 172km/hora, marcando um recorde mundial. A sua história foi dramática parando numa cama de hospital com diversas fraturas, contudo o enfado, levou-o a conhecer uma bela enfermeira por quem se apaixonou e o fez casar por terras nicaraguenses. Há histórias tristes com finais felizes.

Naquela manhã, a adrenalina no Cerro Negro traduziu-se nuns fugazes segundos de excitação com direito a repetição. Com pequenas quedas mas sem ferimentos. E um corpo cheio de areia negra até às raízes dos cabelos.

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