Diários-Açores

Chegar aos Açores é como voltar a casa!

Novembro 2, 2015

Pouso em Ponta Delgada e mal atravesso a porta das chegadas, avisto a minha guia, amiga e sempre alegre e sorridente, Maria. O ar é quente e Maria já traz o sal do mar no corpo. O dia promete e a viagem começa aqui.

Entre estradas largas e ruas apertadas, com hortênsias a guiar a via, seguimos até Capelas (na costa norte da ilha, nas imediações da Ribeira Grande). A porta está aberta, toda a gente é bem-vinda. Assim se encontra o portão branco, a terra vermelha e as flores sempre coloridas a circundar casa da família de Maria. Já me sinto em casa.

Os móveis antigos da sala repletos de fotografias da família, os santos nas cómodas altas e os sofás estampados de flores à volta da lareira. Nas paredes os quadros e as loiças artesanais preenchem o calor da sala. E os novelões (hortênsias) em altos jarrões a perfumar todos os corredores. Esta casa de dois pisos, onde outrora as crianças corriam e brincavam, por agora vão estando vazias aguardando que novas gerações encham de novo com alegria estas paredes de vivas memórias.

Ali, a mãe de Maria já nos aguardava com um manjar. A mesa posta com pompa e circunstância. A mesa redonda da sala de jantar com os pratos de festa. O cheiro da cozinha a entrar pela pequena passagem para a sala e daí começo  a engordar. A abrótea gratinada com molho de cogumelos, a famosa feijoada que a Maria tanto tinha saudades, a vitela assada como sempre o típico prato de domingo. E por fim… o café!  Feito na chaleira italiana com um aroma a esvoaçar pela sala adentro. Servido em chávenas artesanais da Lagoa, certamente com mais idade que eu. Hummm… Este café remonta-me à casa da minha avó. Sinto-me em casa.

Cheguei a casa!

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