Diários-Cuba

Cuba, antes da chegada dos americanos

Junho 18, 2016

Sonhava entrar em Cuba como se entrasse numa máquina do tempo. Entrar em Havana num carro antigo de cor amarela, com o cano de escape a deitar fumo e a engrenagem a moer os ouvidos. Entraria numa cidade velha, com prédios a ruir, algumas ruínas a amontoarem-se pelas ruas, as ruas sujas e sem calçada, e a cor dos prédios a desgastarem-se em todo o seu comprimento.

Sonhava encontrar música em todos cantos e esquinas. Os cubanos a tocarem saxofone, trompete, guitarra e tambores. As cubanas a dançarem com ritmo nos pés, com uma sensualidade sem tamanho nas curvas do corpo. Crianças, jovens, adultos e velhos, todos na mesma praça a dançar sem preconceito. Sonhava aprender a dançar com eles, passo a passo, até acertar o passo.

Sonhava conhecer aquela forma de viver sobre um governo comunista e perceber como vivem após a grande revolução. Queria encontrar a alma de Che Guevara e conhecer alguns dos seus companheiros revolucionários. Queria estar com jovens e entender a sua forma de viver sem internet. Queria estar com idosos para ouvir as suas histórias de vida. Queria entranhar-me um pouco mais cultura, saber mais do seu sistema de saúde, educação e segurança. Queria entranhar-me entre eles e entender se é sorriso ou revolta que revelam no rosto.

Sonhava conhecer um pouco de Cuba, antes da chegada do capitalismo, que ameça entrar nas próximas gerações com a entrada do povo americano e as suas novas relações económicas. Sonhava encontrar algo de genuíno e contagiante. E assim como, todos os viajantes que este ano viajam para Cuba. Este será o ano zero de Cuba para o mundo e o número 1 como destino turístico nesta região do Caribe.

Sonhava tanto… E o tanto que sonhava concretizava-se este ano, antes da chegada dos americanos a Cuba!

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