Sonhava entrar em Cuba como se entrasse numa máquina do tempo. Entrar em Havana num carro antigo de cor amarela, com o cano de escape a deitar fumo e a engrenagem a moer os ouvidos. Entraria numa cidade velha, com prédios a ruir, algumas ruínas a amontoarem-se pelas ruas, as ruas sujas e sem calçada, e a cor dos prédios a desgastarem-se em todo o seu comprimento.
Sonhava encontrar música em todos cantos e esquinas. Os cubanos a tocarem saxofone, trompete, guitarra e tambores. As cubanas a dançarem com ritmo nos pés, com uma sensualidade sem tamanho nas curvas do corpo. Crianças, jovens, adultos e velhos, todos na mesma praça a dançar sem preconceito. Sonhava aprender a dançar com eles, passo a passo, até acertar o passo.
Sonhava conhecer aquela forma de viver sobre um governo comunista e perceber como vivem após a grande revolução. Queria encontrar a alma de Che Guevara e conhecer alguns dos seus companheiros revolucionários. Queria estar com jovens e entender a sua forma de viver sem internet. Queria estar com idosos para ouvir as suas histórias de vida. Queria entranhar-me um pouco mais cultura, saber mais do seu sistema de saúde, educação e segurança. Queria entranhar-me entre eles e entender se é sorriso ou revolta que revelam no rosto.
Sonhava conhecer um pouco de Cuba, antes da chegada do capitalismo, que ameça entrar nas próximas gerações com a entrada do povo americano e as suas novas relações económicas. Sonhava encontrar algo de genuíno e contagiante. E assim como, todos os viajantes que este ano viajam para Cuba. Este será o ano zero de Cuba para o mundo e o número 1 como destino turístico nesta região do Caribe.
Sonhava tanto… E o tanto que sonhava concretizava-se este ano, antes da chegada dos americanos a Cuba!
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