Eram 3:30 horas da manhã quando despertávamos. 4 horas quando o barco nos esperava no molhe de Santa Cruz. Chegávamos a San Juan del Laguna de remelas nos olhos mas enfeitiçadas com a lua cheia. Seguíamos para la nariz del índio.
A lua cheia iluminava as águas do lago. Um azul prata espelhava a lua. O barco navegava cortando a noite. As montanhas estavam recortadas com a luz celeste. Ao longe, o som dos pássaros e uns cães a latir. A lua redonda, alta e altiva, iluminava todo o lago. Enfeitiçadas com a lua não havia qualquer diálogo durante aquela viagem. Eram 4 horas da manhã e toda a noite estava iluminada. À chegada de San Juan já as amigas de Emily esperavam-nos para seguir viagem para o mirador la nariz del indio. Seriam 5 horas e iniciávamos a caminhada até ao topo da montanha. Não seriam mais de 30 minutos de caminhada íngreme. E depois de algum esforço, a compensação de uma vista sublime.
La nariz del indio é uma montanha com as linhas do rosto de um índio. Vista das águas do lago atitlán observa-se todos os contornos e não há dúvidas de cada traço facial. Ali, no topo da montanha a população ainda nos dias de hoje realiza cerimónias maias. E quando o local está cheio de turistas, a população dirige a recônditos montanhosos mais privados, longe dos olhos estrangeiros.
Perdíamos algumas horas apenas a ver o tempo passar. A lua a desfalecer suavemente nos braços de outra noite. O sol a entrar entre os recortes das montanhas. Uma claridade lenta, raio por raio, a descer nas árvores até às águas do lago. A luz tapetando o lago dissolvendo as cores da noite. O dia estava desenhado e o lago atitlán mesmo assim não deixaria de ser mágico.
Sem Comentários