Como qualquer português, todos os dias durante e entre refeições penso e falo de comida. As viagens são um bom pretexto para dar folga à dietas e tirar a barriga de misérias. Desde entradas, a petiscos, pratos principais e doces, aqui deixo uma lista do que provar em São Miguel.
- Morcela com ananás. Primeiro é importante saber que a morcela açoriana não se compara à morcela do continente. Uma mistura de carnes com sabor meio adocicada e bem picante. E por isso, acompanhada de ananás equilibra o paladar.
- Queijo fresco. Onde as vacas são mais felizes, o queijo só pode ser delicioso. Comer ao pequeno almoço com pão levedo e compota de amora. Comer antes das refeições com papo seco e “pimenta da terra”. Todas as alturas serão boas para comer queijo. E compre também para levar na mala. No mercado em Ponta Delgada existe uma loja onde pode provar e comprar os melhores queijos do arquipélago.
- Tremoços e finos especiais. Os tremoços por aqui são temperados com pimenta vermelha, bem diferente do que estamos habituados. Acompanhar sempre com a cerveja açoriana, a Especial. Nas ruelas do centro histórico de Ponte Delgada, há um tasco chamado Travassos perfeito para entrar na cultura local. O Rodrigo Travassos, dono do tasco, de dentro do balcão conhece bem os amigos. Pé posto na porta e a Especial a sair fresquinha. Conhece bem o que eles bebem e logo de seguida, sem perguntar, o queijo das ilhas é servido com conversa afiada noite fora.
- Lapas. As lapas são salteadas com ervas aromáticas e servidas ainda a grelhar. Há sempre umas rodelas de limão para dar mais paladar ao marisco. Na ilha há uma variedade enorme de marisco e em qualquer local e a qualquer hora há sempre barriga para um petisco.
- Bifes regionais. Do prado para o prato um bife à “associação”. Bife de lombo, vazia ou pojadouro da vaca, cozinhado com um belo molho de pimento vermelho e muito, muito alho. No topo do bife um ovo estrelado acompanhado de batatas fritas. Onde comer: No restaurante da Associação Agrícola na Ribeira Grande. No restaurante O Galego em São Roque, perto de Ponta Delgada.
- Cozido das furnas. Nas Furnas, as panelas com carnes de vaca, de porco, com morcela, chouriço, repolho, cenoura, inhame e batata doce, são enterradas no solo geotérmico. Ao final de 5 horas as panelas são içadas e enviadas aos restaurantes da região. O sabor do prato cozido com o calor da terra é realmente singular. Onde Comer: Nos restaurantes Tony’s ou Miroma, no centro da vila das Furnas.
- Sopa de peixe. Uma canja de peixe, diria eu. A sopa de peixe é uma mistura de peixes com massinha e salteada com algumas ervas aromáticas. Onde comer: Cais 20 em São Roque, perto de Ponta Delgada. Em São Brás, no restaurante Cantinho do Cais.
- Fofas. As fofas são muito semelhantes aos famosos éclairs de chocolate, este doce conventual tem no seu interior um creme de baunilha. Onde comer: Encontram-se em restaurantes e cafés da Povoação, a caminho do Nordeste.
- Queijadinhas da Vila. A queijadinha da vila vende-se numa casa bem no centro de Vila Franca do Campo. É uma queijada muito pequena e não tão doce quanto parece! Onde comer: Em Vila Franca do Campo, comprar antes de embarcar para o ilhéu.
- Pudim de feijão, de ananás, de maracujá. Desconhecia a tradição dos pudins em são Miguel. Há pudins para todos os gostos. Onde comer: Em casa da mãe da Maria. A cozinha das mães açorianas de certeza que é uma delicia e pode-se sempre repetir a dose.
- Barrigas de freira. O doce mais conventual que provei foi em casa da Dona Fátima. Uma mistura de massa sevada com ovo e açúcar. Já na travessa, a barriga de freira é polvilhada com canela. Um doce de comer à colher e que faz sempre parte das sobremesas dos almoços em família.
- Chá. A Gorreana e Porto Formoso mantêm o cultivo do chá em São Miguel. É uma tradição exótica na mesa açoriana.
O roteiro gastronómico é diversificado em toda a ilha de São Miguel. Estas recomendações foram fruto das histórias dos amigos açorianos que assim que tiveram conhecimento da minha viagem papaguearam de imediato: “tens de ir ali, ali e ali…”, “traz-me isto e aquilo” e no fim rematavam “ai! que saudades quando a minha mãe faz aquele e mais aquele e… aquele prato”. Bem, estas dicas são apenas uma pequena parte do que provei e que mantenho saudades. Saudades dos pequenos-almoços longos com a Dona Fátima, dos petiscos ao final da tarde a ver o mar, das noites longas à volta da mesa.
1 Comentário
Olá Lilly! obrigada pela tua mensagem! A Dona Fátima é a mãe de uma amiga! Podes tentar entrar em contacto com ela através do facebook! E posso lhe dar a dica que vais entrar em contacto. Beijinhos e boas viagens