Giulia, nasceu em 1971, uma das mais brilhantes obras da Alfa Romeo. Um clássico nos dias de hoje. Na garagem quando a luz se acende o brilho cinza rato espelha uns belíssimos 44 anos. Os estofos de pele não cheiram a mofo e o volante de madeira conserva o lustro. Este foi o primeiro modelo com carroçaria de zonas diferenciadas e uma caixa de 5 velocidades. Uma manhã de sol no outono é simplesmente perfeita para dar uma voltinha e fazer a rodagem ao Giulia que se mantém na garagem. Erik calça as luvas como se tratasse de uma corrida, coloca os óculos de sol e veste a alegria de criança fascinada.
Giulia gosta de curvas apertadas, de retas largas e longas e uma bela paisagem para a viagem. E daí, seleciono um roteiro entre três pontos minhotos.
Ponte de Lima.Em pleno coração do vale do Lima, a vila mais antiga de Portugal conta histórias reais e lendas ancestrais. Parámos para um passeio breve desde a Igreja de Santo António da Torre Velha, passando a ponte romana da época medieval, refrescando no chafariz no Largo de Camões e um ténue olhar sobre as casas senhoriais. E antes que a fome apertasse, fomos à tasca “Os Telhadinhos” para petiscar umas “fodinhas quentes” (pataniscas de bacalhau) com “putinhas” (vinho tinto) a acompanhar. Não se ofenda, nem se espante apela a proprietária, Dona Márcia.
Curva e contra-curva, sem vias rápidas e de preferência entre aldeias.
Parque Nacional da Peneda-Gêres.
É uma das maiores atracções naturais de Portugal, pela rara e impressionante beleza paisagística e pelo valor ecológico e etnográfico[4] e pela variedade de fauna (corços, garranos, lobos, aves de rapina) e flora (pinheiros, teixos, castanheiros, carvalhos e várias plantas medicinais). Estende-se desde a serra do Gerês, a Sul, passando pela serra da Peneda até a fronteira espanhola. Wikipédia
Sobre o rio cávado é obrigatório parar para apreciar com calma. Uma pequena paragem na Marina do Rio Caldo para esticar as pernas e apreciar o momento.
Entre as curvas em direcção a Terras do Bouro a fauna vai modificando de cores e os animais atravessam-se na estrada. A imensão do céu e da montanha não foge daqui.
Quem entra nestas terras demorará a sair, pausa no Abocanhado se abocanhar o dia. Um livro, uma boa música e uma boa refeição no terraço com o sol a colocar-se à mesa. A felicidade advém dos pequenos momentos da vida.
Ponte da Barca. Sempre alegre e contente. Uma breve pausa no centro da cidade, um abraço aos amigos da terra e um passeio ao longo do rio para matar saudades do verão.
Retornamos ao ponto de partida. Um roteiro um quanto ao circular. Giulia com rodagem feita. Erik e Ana satisfeitos e com a bebé a dar pulinhos de alegria. Porque nunca tínhamos vindo ao Gêres? Simplesmente… Fico sem palavras. Respondo: voltaremos brevemente!
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