Portugal

Passeio de bicicleta pelo Porto

Outubro 29, 2015

Se acham que o Porto não é cidade para andar de bicicleta desenganem-se! Eu que vivia numa pequena vila e que podia andar de bicicleta entre a natureza, só redescobri este prazer no Porto. Nos domingos solarengos de Outono tenho um roteiro entre o centro histórico e a Foz que não me canso de repetir. 

Ponto de partida: Avenida dos Aliados. Entre o tráfego de carros em pleno centro histórico desço até à Ribeira pelas ruelas do bairro da Sé. Sinto a excitação do perigo nas descidas íngremes das ruas estreitas do bairro da Sé. Com cuidado, que na rua há sempre gente.

Chegada à Ribeira, sigo o rio em direcção à Foz. Em ritmo de passeio, sempre olhando em redor, vou parando aqui e acolá. Tenho tempo e os domingos são para relaxar. Passo o velho casario de Miragaia, vou a par com o elétrico da linha 1 e cruzo a ponte da Arrábida.

Elétrico linha 1

Elétrico linha 1

Mais à frente páro junto aos pescadores. Sentados a jogar cartas ou em conversas quentes entre amigos mas sempre com o olho no rio. Dali parte a cada 20 minutos um barco com alguns moradores e turistas em direcção à Afurada.

Ponte de Arrábida

Ponte de Arrábida

Continuando a pedalar e a seguir a foz do rio, as curvas levam-me até ao Passeio Alegre. Um jardim romântico, ideal para passeios em família, onde os bancos vermelhos convidam a namoriscar. À sua esquerda e par com o rio uma rua larga de palmeiras e por fim o farol a anunciar o mar. Chego à Foz. Páro por ali breves momentos. Observo as pescarias, os turistas e os portuenses que ora passeiam o cão, ora fazem a corrida matinal, ora se sentam a sentir o sol e a ler o jornal diário.

Farol na Foz

Farol na Foz

Ao domingo não há horas para almoçar, pára-se quando o estômago pedir. A Foz é o local requintado da cidade e eu dou-me ao luxo de apreciar um bom restaurante. Dia de descanso e de pequenos prazeres. Na terceira linha do mar há um quarteirão com restaurantes da autoria do Vasco Mourão. A Casa Vasco é uma espécie de bar rústico com “comes e bebes” num ambiente descontraído. O interior assemelha-se a uma mercearia antiga, com o chão em mosaicos e as janelas altas a deixar entrar a luz nas conversas dos amigos. Um local de prazer pautado de requinte e descontração.

Casa Vasco

Casa Vasco

Depois do almoço… De volta ao mar. Pedalo junto ao mar ou na ciclovia ao longo da Avenida Brasil. Neste trajeto ainda há tempo para um café numa esplanada. O I-Bar fica entre o Molhe e o Castelo do Queijo. Num recanto abaixo da linha da avenida  e com o mar aos seus pés. Um espaço descontraído e com boa música ambiente, onde aproveito os últimos banhos de sol.

I-Bar - Foz do Porto

I-Bar – Foz do Porto

O dia avança e dali regresso ao centro da cidade. Agora pela natureza. Sim, é possível. O Parque da Cidade com 83 hectares e inicia-se junto ao mar, perto do Castelo do Queijo. O passeio segue em direção ao lago, aí passo a ponte de pedra e atravesso a vinha que segue à saída superior do parque. Dali sigo a ciclovia até ao Parque da Pasteleira. Gosto de pedalar por ali pelas suas curvas fechadas em descidas acentuadas onde pinheiros bravos e sobreiros conduzem à saída. Depois atravesso a rua e desço sempre até ao observatório das aves no Fluvial. De novo junto ao rio.

Parque da Cidade

Parque da Cidade

Do Fluvial até aos Aliados volto pelo mesmo trajeto inicial. O pôr-de-sol junto ao rio tem sempre o seu encanto. Ao chegar ao Mercado Ferreira Borges inicio a subida. A única subida íngreme em todo o passeio, esta não é a mais acentuada subida no regresso ao centro, contudo esta basta para tirar o fôlego. Inicio a rua Mouzinho da Silveira e viro na direcção da rua das Flores. E aí chegada, tudo torna-se mais fácil. Aprecio devagar a nova vida que as novos restaurantes, hotéis e lojas devolveram a esta emblemática rua. É final da tarde, vale a pena parar para comer um gelado numa das diversas gelaterias que existem por ali. Já perdi algumas calorias para me permitir ao pecado da gula!

Rua das Flores

Rua das Flores

O sol encerra o dia antes das 20 horas. Os pedáis estão um pouco cansados e eu de alma cheia para iniciar uma nova semana de trabalho. Sempre que o sol espreita no Outono estou pronta para pedalar, porque as subidas íngremes do Porto afinal são uma pequenina parte do passeio.

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