Santa Marta é uma pequena cidade junto ao mar. O centro histórico expande-se até à praia em poucos quarteirões. Do lado esquerdo da praia umas torres modernas e uma marina alargam a cidade. Do lado direito um porto marítimo marca Santa Marta no mapa. E, do outro lado da montanha há Taganga e o Parque Tayrona, pequenos refúgios para quem quer fugir à cidade.
Santa Marta é autêntica. As ruas cheias de colombianos num frenesim diário. As ruas com lojas de roupa apregoam com música preços baixos. Junto à igreja as pequenas bancas vendem frutas, sandes e sumos. Nos bancos do adro da igreja os mendigos dormem ao sol. Mais distante, um mercado velho e sujo. Junto ao mar, o jardim e as estátuas indígenas ornamentavam a orla costeira e os bares e restaurantes alinham-se com o mar.
A praia encontrava-se a poucos metros de distância do centro histórico. Depois de um dia solarengo, com temperaturas sufocantes, um mergulho no mar depois de um dia de trabalho era exigido. A praia enchia-se ao final do dia. O sol descia sobre o mar. Os colombianos em família juntavam-se em música na praia. As crianças brincavam na areia. Uma atmosfera de festa com concertinas e bandolins. Com petiscos e cervejas. A amabilidade dos colombianos é tão genuína… Não precisava pedir, nem olhar, bastava caminhar pela praia para nos convidarem a sentar, a beber um copo, a cantar ou dar um pé de dança. A festa estava aberta.
Acessa a noite. Nas principais ruas de Santa Marta, a música incendeava as ruas. Vários jovens cantavam pelas ruas onde se situavam os restaurantes, bares e turistas. O colombiano nasce a aprender a desenrascar-se. Pelas ruas, pelos autocarros e tantos outros lugares. Há colombianos a vender de tudo, a cantar ou simplesmente a pedinchar. Em todos os lugares. As cores da cidade iluminam o parque dos namorados. Namorados, grupos de amigos, bailarinos de brake dance e crianças passavam por este parque em pleno centro da cidade para viver a cidade.
Vagueando pela cidade com Sarah de repente e pelo efeito da câmera fotográfica juntavamo-nos ao aniversário de uma colombiana. Celebração à porta de casa. Rum e cervejas. Sofás e cadeiras em redondo em pleno passeio. Música bem alta. Muitas gargalhadas. Os colombianos entusiasmavam-se com os turistas chamando-os à festa. Talvez por efeito dos conflitos passados, os colombianos abriam a sua casa e a sua alegria a todos os turistas que passavam na rua. E por isto mesmo, a Colombia é conhecida por ser um dos países mais amáveis do mundo!
Em época de discussões acessas sobre o tratado de paz animava-se a abertura sobre o tema com os desconhecidos. Assistia a discussões saudáveis e bastante controversas sobre o assunto. Não tinha dúvidas que os colombianos desejavam paz. No entanto, o tratado de paz era um papel ao qual os colombianos colocavam bastantes reticências. Naquela alegria de festa, deixava-me triste a incerteza do resultado. Tudo poderia acontecer nos próximos dias. Muitos colombianos não aceitavam o perdão e a integração de elementos da FARC no próximo governo. Mas uma coisa sentia nisto tudo: os colombianos desejavam paz.
Em Santa Marta, a poucos dias para as votações para o tratado de paz, deixava-me contagiar pelo quotidiano desta cidade. O Marvin e Leo ensinavam-me a mergulhar. Com Andrés, um jovem colombiano a viver em Frankfurt, partilhava a escrita, a leitura e longas conversas sobre política. Com a Sarah deambulava pela cidade nas vagas horas depois das aulas de mergulho. E com tantos outros colombianos entrava na festa caribenha.
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[…] de nomes, alguns deles com reencontros em outros lugares. Como foi o caso da Sarah que conheci em Santa Marta na Colômbia e que mais tarde reencontrei-a em La Paz, na […]