Diários-México

Tulum, a cidade do amanhecer

Junho 2, 2016

Cheguei á cidade do amanhecer, cidade dedicada ao planeta Vénus, mais conhecida por Tulum. Na cidade estrela da noite, dentro das muralhas das ruínas maias assiste-se à mais impressionante panorâmica sobre o mar. E a história começa assim…

Vénus está ali bem alto no céu, frente à praia e ao mar azul turquesa, o céu é mais claro e os astros chamam a qualquer a olhar o céu. Há muito tempo que não vi um céu tão bonito, contando algumas estrelas cadentes. E foi ali, em plena praia que os maias edificaram uma cidade. Pirâmide altas e sublimes sobre o mar, onde as ondas chegam às muralhas no entardecer. Esta é a cidade dedicada ao planeta Vénus, a estrela da noite. Dentro das muralhas um povo pescador, fora delas um povo que vivia da agricultura. Uma cidade maia com todos os deuses maias se faziam representar por elementos da natureza: nas plantas, nos astros e nos animais (jaguar, cobra ou aves). Seria também um ponto estratégico com fortes redes comerciais para todas as regiões do México. Mas a história continua.

Estariam no ano de 1518 e Eres era o governante de Tulum. Certo dia avistou uma caravela no horizonte daquele mar azul turquesa cristalino. Um barco com mastros altos aproximando-se à velocidade do vento à sua cidade. Nada se assemelhava às embarcações conhecidas, não seriam seus descendentes mas… Quem seriam? De onde viriam? O que desejam? E seriam amigos Será que pensariam que seriam manifestações dos deuses? Estariam assustados? Estariam alegres com uma possível dádiva dos deuses? O que estaria na suas mentes quando avistaram a caravela espanhola?

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Do outro lado, a expedição de Juan de Grijalva avistava uma cidade de muralhas escaladas na costa marítima. Navegavam de Cuba passando por Cozumel. Em Cozumel apenas avistaram recifes e uma vegetação pura, onde não adivinharam uma civilização maia escondida. Em Tucum, de minóculos em punho viram uma cidade rica habitada por um povo. A tripulação estaria cansada mas num mar azul turquesa avistar uma nova cidade reavivava o ânimo de todos os marinheiros. Que pensaria Grijalva? Continuava a navegação ou atracava na costa? Quem seria este povo? Seriam perigosos? Qual seria a sua riqueza?

Imagino naqueles momentos em visito as ruínas de Tulum com o olhar sobre o mar que aquela viagem de Grijalva seria algo extremamente aliciante mas poderia ser uma aventura terrificamente perigosa. Navegaram sobre mares violentos e fortes tormentas, levaram o nome de um país além fronteiras. Teriam memórias gloriosas, levavam a fé e o império com todas as suas forças além mar. Passaram por perigos e guerras nunca antes imagináveis. Descobriram, conquistaram e edificaram novas cidades. Um Reino que tanto sublimaram.

Imagino dentro das muralhas a curiosidade de um povo em conhecer novos mundos. Um mundo novo a conhecer sem pensar o futuro que os reservava. Que seria um encontro sem retorno, com mudanças para todos os vértices do império.

Tulum foi conquistado por espanhóis. Uma viragem no tempo, nos astros e em toda a natureza. Mas não seria aquele dia que fez morrer toda a cultura maia. Ela persiste, bem viva nos dias de hoje. Vénus é a estrela da cidade e em cada noite de lua cheia o povo vive magicamente a sua presença.

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