Já levava meses de viagem e os lugares já me causavam espanto. Sem surpresas a viagem não fazia sentido. E as histórias não se escreviam, os sentidos não estavam apurados, os sons da vida eram ruídos sem emoção. O silêncio queria fazer parte dos dias! Ansiava chegar aquele lugar chamado casa. Aquele lugar onde as paredes aconchegam, onde o prato de comida quente e caseira está na mesa, onde o colchão da cama conhece as curvas do meu corpo, onde os diálogos são feitos de olhares, onde reconheço todos os sons, onde a luz entra pela mesma frecha da janela e descansa sempre à mesma hora. Precisava de momentos familiares e rotineiros. E por isso, à terceira manhã parti de Belize e seguia rumo à minha primeira casa na América Central, a Guatemala!
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